Eu adoro essas fotos do Rodrigo. Nova York de diferentes ângulos.
São vários pontos de vista, de uma única cidade.
Aí, olhando pra uma dessas fotos, meu pensamento decolou.
Comecei a refletir sobre isso, sobre os pontos de vista de um único fato.
Chapeuzinho Vermelho contou uma história e foi o suficiente para que o outro lado fosse rotulado para sempre. Só ela foi ouvida, para azar do Lobo. Ele carrega a fama de mau e, pelo jeito, não vai se livrar dela tão cedo. O cara foi assassinado pelo caçador no meio da floresta, a vovó reapareceu do nada, a explicação é completamente maluca… mas a investigação parou por aí, na história de um lado só, o lado da Chapeuzinho.
Não sei se vocês assistiram o filme da Malévola, a bruxa da história da Bela Adormecida. Durante muito tempo ela foi injustiçada. O filme mostrou isso. O rei contou uma história, ela foi repetida, repetida, repetida… até virar verdade. O filme mostra que o malvado era ele, o rei, o pai da Bela Adormecida. Que bronca eu fiquei desse cara. Coitada da bruxa.
Mas dessa vez, pelo menos, o outro lado, o da Malévola, ganhou as manchetes.
Essas fotos e essas histórias me lembram que temos que tentar julgar o mínimo possível. Devemos, pelo menos, diminuir os julgamentos. Fazemos isso todos os dias, mesmo que inconscientemente. É uma característica do ser humano. Tudo tem que ter um mocinho e um bandido. A gente escolhe um lado e defende como verdade absoluta. O problema é que o outro lado pode ser bonito também. Nova York mostra isso. A Malévola mostrou isso. E eu, no julgamento de hoje, estou pegando bronca enorme da “falseta” da Chapeuzinho.
NOTA DO EDITOR – A ideia desse texto é da Luciana. Ela foi “emprestada” pelo autor, mas você nunca saberia disso se não ouvisse o lobo mau.