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Menos cara, mais coração

by Luciana Demichelli

Meu filho estava no primeiro ano primário. O assunto em sala de aula era a escravidão. Entre as explicações, a professora falou sobre a cor da pele. Em casa, inconformado com tudo o que ouviu sobre o sofrimento dos escravos, meu filho, aos 6 anos de idade, queria saber se eu já tinha visto alguma pessoa negra.

Achei estranho o Arthur não saber o que era um homem negro, já que sempre convivemos com amigos de várias raças e etnias.
Na manhã seguinte, chegando a escola, ele me pediu para parar o carro. Desceu correndo e apertou o passo para alcançar o amigo. Michael era da mesma turma de classe do Arthur. Um garoto negro que nunca foi visto pelo meu filho pela cor da pele. O Michael era simplesmente o Michael e ponto final.

Estamos no século XXI, no ano de 2020, é inadmissível ainda existir racismo. Nós nascemos puros de preconceito e deveríamos permanecer assim.

Certa vez, o Arthur brincava na esquina de casa com os dois amigos que eu não conhecia ainda. Um garoto negro e o outro garoto branco. Depois de passar horas na rua, ele voltou para casa feliz dizendo que o Bryan também gostava de esporte, assim como ele. Quando eu perguntei qual dos dois era o Bryan, a resposta foi imediata: o de camiseta cinza, mãe.

Nenhuma característica física ou racial foi usada para definir o amigo. Ele não citou cor, cabelo, estatura, peso, nada… o Bryan era o de camiseta cinza.

Ainda tenho muito o que aprender com meu filho.

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2 comentário

Edna Costa 5 de junho de 2020 - 18:00

Que coisa maravilhosa são as crianças! Parabéns pro Tutu, lindo ?

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Aracy Silveira 7 de junho de 2020 - 14:49

Sensacional. Obrigada Lu. Deus abençoe vocês. Bjs

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