Por que será que notícia ruim chama tanto a atenção?
E isso, acredite, vale para todo mundo, em todo os setores.
Comecei a pensar no assunto essa semana, quando meu filho chegou da escola.
Todos os dias pergunto como foi a aula e a resposta é completa, para os padrões infantis:
Bem!
Pronto, acabou essa parte da conversa, partimos para outros assuntos.
Outro dia ele chegou e fiz a mesma pergunta. A resposta teve o mesmo padrão em relação ao tamanho, mas…
Mal!
Resumindo, porque todos vão querer saber o que de ruim aconteceu, depois de uma incontável série de A’s, ele tirou um C.
Nem é uma notícia tão ruim, mas gerou uma série de perguntas.
O que aconteceu? Quais perguntas você errou? Todo mundo foi mal? A professora falou alguma coisa? Quando é a próxima prova? Precisamos estudar. Isso acontece…
O “Mal” resistiu ao tempo e durou um almoço todo.
Claro que a justificativa é a preocupação. A real, é que todos nós queremos detalhar as notícias ruins.
Notícia ruim gera mais interesse. Sem contar que é muito mais fácil acreditar na notícia ruim do que na boa. Quando a notícia é boa demais a gente sempre desconfia. O portador da notícia tem que provar, argumentar. A ruim, não. Todo mundo acredita de cara. A gente “já sabia que tinha alguma coisa errada naquilo”.
O reflexo disso aparece nos meios de comunicação. Os destaques da maioria dos portais, jornais, telejornais e afins, são sempre ruins. Alguém matou, alguém roubou, alguém atropelou, alguém esfaqueou, tsunami, terremoto, desastre… Todos os dias eu acho que o mundo vai acabar.
E o mundo não acaba. Sabe por que? Porque existe muita coisa boa também. Existe mais coisa boa do que ruim. O problema é o marketing. O bem falha na propaganda.
Vou tentar mudar meu comportamento a partir de hoje, quando meu filho responder “Bem”.
Vou querer detalhes desse “Bem”. Ele vai ter que explicar direitinho cada segundo.
Cada motivo que deixou esse dia “Bem”. O “Mal”, vou tentar me afastar dele.
Acho que isso vai fazer bem pra mim.