Recebi uma notícia que mexeu com o meu coração.
Não foi arritmia, sopro, inflamação do pericárdio ou prolapso da válvula mitral.
Foi nó. Nó no coração, já ouviu falar?
A sensação é de aperto mesmo e você não consegue explicar ao certo o por quê.
Vou contar o motivo e talvez você me ajude a diagnosticar o tal nó.
A mãe de uma coleguinha de classe da minha filha mandou um email dizendo que a família dela foi atingida por um terremoto, lá no Equador.
Doeu. Pegou fundo no coração.
Nunca fui para o Equador, mas de repente ele ficou próximo.
Não conheço a família dela, mas imagino que tenha o sobrinho que brinca de carrinho de rolemã no quintal, o tio que sai para pescar aos domingos e volta contando aquele monte de histórias, a tia fofoqueira, o primo gente boa, a avó que faz os boloncitos de verde – aquele típico bolinho frito de banana da terra recheado com queijo.
Não conheço nenhum deles, mas de alguma forma eles mexeram comigo.
Em segundos, perderam o que levaram a vida inteira para construir.
A casa, os sonhos, quase a esperança.
Bastou um mau jeito da terra… e eles ficaram sem nada.
Dividi minha aflição com meu grupinho do What’s app.
E como um sopro, minhas amigas multiplicaram a minha aflição com outras amigas, em outros grupinhos de What’s app.
Formou-se ali uma corrente do bem.
Em uma fração de tempo, meu velho carro estava cheio de doações…
E o Equador ficou logo ali.
Não sei o nome do nó, mas descobri o remédio para ele.
São cápsulas de solidariedade.
Elas vieram em sacolas… em formas de roupa, sapato, cobertor, shampoo, macarrão, molho de tomate e até uma caixinha de chocolate bis.
Em poucos minutos nos tornamos tão fortes quanto um terremoto.
O pouco depende sempre do referencial.
Hoje todo pouco é muito.
A cura do nó desafia a medicina e de quebra, desafia a matemática.
Um mais Um é – como diz a canção – sempre mais que dois