“O errado é errado, mesmo que todo mundo faça.
O certo é certo, mesmo que ninguém faça.”
Frase simples, dita pelo inglês William Penn (fundador da província – depois estado – da Pensilvânia), pintada na parede de um ginásio de escola.
As crianças entendem de primeira.
Os adultos… esses já tem uma pequena dificuldade de compreensão.
Pior ainda se a gente aumentar um pouquinho a sentença:
“Errado é errado, mesmo que ninguém esteja vendo”.
Acho que encontrei, finalmente, um dos maiores responsáveis pelo caos em que o mundo está se transformando. É o “ninguém tá vendo”.
Muita gente (eu arrisco dizer que a maioria) acha que algo é “menos errado” caso não esteja sendo observado por ninguém.
Aconteceu no parquinho dia desses.
O menino pediu para fazer xixi. A mãe, não querendo calçar as sandálias e andar 20 metros até o banheiro mais próximo, se preparava para resolver o problema ali mesmo, na areia.
Era uma questão de tempo. Assim que eu passasse, eles estariam liberados.
Dei meia volta e…
Os três já estavam posicionados. Mãe, filho e pipi prontos para cometerem a contravenção. Naquele momento, o mundo parou. O pipi se escondeu, o filho congelou e a mãe, de cara feia, calçou os sapatos para levar o moleque ao banheiro.
Agora tinha alguém vendo.
No caso, fui o chato que impediu um xixi inocente.
Xixi que seria feito na mesma areia que outras crianças brincam.
Sim, ela sabia disso. Sim, ela sabia que era errado.
Mas para que respeitar o próximo se “ninguém tá vendo”?
O triste é saber que o “ninguém tá vendo” acontece todos os dias, em todos os lugares.
São vários xixis proibidos feitos na política, no trânsito, no trabalho…
Muita gente deveria sentir vergonha se olhasse para si mesmo, quando “ninguém tá vendo”.