Todo mundo que está lendo ou ouvindo esse texto está indignado.
A indignação, infelizmente, é o sentimento da moda.
O aviso foi dado há tempos: polítíca, religião e futebol não se discutem.
Resolvemos desafiar o ditado.
Pior do que isso, resolvemos pegar um desses temas, que não deveria ser nem discutido, e brigar por ele.
É importante?
Sem dúvida é.
Mas tem amizade acabando, relações familiares estremecidas…
Nada deveria ser tão importante a ponto de conseguir destruir o que é importante de verdade.
A impressão é que estamos vivendo uma completa “ficção baseada em história real”.
Acho que não existe essa categoria de filme, mas ela define bem a atualidade.
Não dá para acreditar (ficção), mas está, eu acho, acontecendo (vida real).
E a gente nunca sabe o que está acontecendo de verdade ou não.
É tanta informação – ou falta dela – que estamos perdidos… todos nós.
De fato, já não conseguimos acompanhar os fatos.
A verdade é que até o errado está se colocando na posição de certo… e vice versa.
Qual o motivo que levou aquilo a ser feito?!
O mocinho é bandido e o bandido é mocinho.
É o Batman brigando com o Super Homem. Como, se os dois são heróis? Ou não são?
Fica quase impossível escolher um lado e defendê-lo sem levar um contra ataque cheio de argumentos.
Independentemente do lado que escolhermos, estaremos errados, pelo menos para algum amigo, que ficará ainda mais indignado.
Acho que, por enquanto, não levei nenhum block no Facebook, mas não sei quanto tempo resistirei.
O que está acontecendo está errado!
O que?
Não sei, mas está.
A indignação não pode comandar nossa vida.
Não sei o quanto essa moda da indignação é passageira.
Tenho medo de que seja um tipo de calça boca de sino, que a gente use para sempre.
Imagina, ser ridículo o resto da vida.
O que vai acontecer? Vai acontecer?
Vai ser difícil erradicar a indignação. Esse vírus é resistente.
Tem resistido a vacinas de amor, felicidade, amizade… e, pior, se tranforma em decepção com o tempo.
Estou indignado com tanta indignação.