O que você vai ser quando crescer?
A gente ouve isso desde que nasceu, a vida inteira.
É a pergunta do tio que quer puxar assunto, da avó, da mãe do vizinho.
É a pergunta do elevador. Todo mundo faz…
As alternativas são inúmeras e é sempre difícil responder:
a. bailarina
b. bombeiro
c. jogador de futebol
d. cantor
e. todas as alternativas anteriores
A primeira vontade é ser qualquer coisa que nos faça brilhar.
Minha sobrinha diz que quer ser famosa. Ponto de exclamação!
E aí começa a interrogação de tia. Mas como? O que você vai fazer? Que caminho vai percorrer?
Nenhuma ficha de inscrição do mundo permitiria um “sei lá” como resposta.
No primeiro bichinho de estimação, a gente decide ser veterinário.
Aí vem o primeiro resfriado, e a gente imagina que ter um diploma de doutor seria de grande valia.
Tem a nossa fase dentista, cientista, jornalista, surfista…
Tantos “ista” nesse mundo competitivo, que virar youtuber pode ser uma alternativa.
E finalmente aos 17, 18 anos… nossa responsabilidade vira gente grande.
Em um minuto, na inscrição do vestibular, com a ficha na mão, entre datas e nomes, vem lá no cantinho… o desejo que a gente precisa escolher para sempre.
A resposta que a gente teve a “vida inteira” para pensar.
Um minuto interminável para decidir o rumo de nossas vidas.
Começam os pesadelos com a tabela periódica
As indefinições da vida…
Será com “s” ou “cedilha”?
Ah… se a vida fosse um logarítimo.
A vida não é tão exata quanto a matemática. A gente se divide nos pensamentos.
Eis a questão. A vida é dúvida. Tem muitas crases para gente enfrentar. A vida é história.
Entre as definições da literatura… a vida é poesia.
O fato é que nesse momento de tensão, na hora da pergunta sem resposta, a gente só queria aquele “O”, o oxigênio das aulas de química.
Sem pressão, a gente só queria respirar… e ponto final.
