A morte nos pegou de surpresa.
Ela veio sem avisar.
Não se importou com a final do campeonato, com a nova série que ia estrear no domingo, com o trabalho do dia seguinte, com abraço que ficamos de dar.
A morte veio sem dó.
De uma só vez, levou jogadores, jornalistas, amigos… levou filhos e pais.
Fez doer!
Fez doer em mim, em você e em quem só viu pela tv… sem nunca ter conhecido.
Fez doer em quem teve a chance do convívio e agora sente o vazio da saudade.
Uns chamam de tragédia. Para mim é dor coletiva.
E nessa dor, eu me encaixo.
Talvez de uma maneira até egoísta, a gente vai se identificando com as pessoas, com os sonhos desfeitos, com a vida não vivida.
Aquele avião levava meu parceiro de tantas reportagens e histórias. Um dos melhores cinegrafistas que a vida me deixou conhecer.
Eu dizia que ele pintava o céu de vermelho. O Ari Jr. era um artista das imagens.
Chegamos na Globo de SP quase juntos, em 98. Torcedor do Goiás, veio de Trindade, para nos ensinar o que era uma imagem sem filtro.
O Paca, como era carinhosamente chamado na redação, era minha dupla. Tiazinha e Paqueira Tranqueira. Era assim que a gente ria um do outro.
Minha primeira viagem internacional a trabalho foi ao lado dele. Passamos 20 dias em um barco no meio do oceano Indico. Ali viramos amigos.
A cumplicidade seguiu por muitas outras viagens, treinos, confidências, reportagens e conversa boba. O Paca adorava uma conversa boba… me fazia rir.
Sua simplicidade era ainda maior que seu talento. Menino do interior, de uma humildade incrível e uma Fé inabalável no Divino Pai Eterno…
Que Ele esteja com você, Paca.
Essa morte, atrevida, que veio sem pedir licença, tirou você e tantos outros de nós.
E a gente, aqui, nem teve tempo de dizer tchau.
Paqueira Tranqueira, você vai fazer falta!