Ao longo do tempo eu fui tendo menos e, ao mesmo tempo, mais.
Na matemática tem uma equação que diz: menos com menos dá mais. Eu confesso que demorei para entender esse resultado. Só compreendi essa questão com a maturidade.
Ah… o velho tempo é doutor nesses ensinamentos.
Com o tempo, fui eliminando o excesso. Roupas e sapatos perderam muito terreno em casa. Os cabides que antes se entrelaçavam em busca de espaço, agora respiram aliviados, carregam apenas o necessário. A sapateira tem lugar para UM par de tênis de corrida. Depois de muito tropeço, aprendi que só dois pés correm por vez. Falando em pés, não abro mão de dois surrados “All Star” e um sapatinho mais ajeitado para os dias de festa, caso o chinelo de dedo não seja bem-vindo.
Os livros já lidos e cansados de suas capas fechadas, saíram da estante. Deixaram a poeira e foram respirar novos ares em outras imaginações.
O tempo me ensinou que na vida é preciso dividir para multiplicar.
Aos poucos, com pouco, descobri que menos é mais.
Ter menos móveis significa casa mais vazia. Casa mais vazia é igual menos tempo de arrumação.
Arrumar menos significa ter mais tempo para passear. Mais tempo para passear é igual menos tempo de estresse. Portanto, menos estresse significa ter mais cabeça para curtir aquilo que me dá mais prazer. Conclusão: com menos, sobra mais!
Não é incrível?
Com o tempo, deixei de comprar coisas que agradam aos olhos de outros para investir no que, de fato, ME agrada. E sabe o que me agrada? Cafezinho!
Cafezinho do mais barato… Aquele na caneca de ágata, que a gente paga com moeda. Esse me agrada demais.
Sabe por que? Esse café vem sempre acompanhado de boas histórias, tem cheiro de lembranças, gosto de conversa fiada. O cafezinho da esquina deixa sempre um aroma de novas amizades no ar. É disso que eu gosto.
Nos últimos anos, decidi investir tempo em “ter tempo”. Sim, gasto tempo com cafezinhos pela rua. Paro aqui e bato papo, paro ali e troco umas histórias, acolá eu paro também. Paro, tomo café, converso, sorrio para a vida… e assim vou colecionando momentos.
E quando o café sai de graça, vejo o resultado do investimento. Ser chamado para tomar cafezinho na casa de alguém, é sinal que rendeu a amizade. Está aí o lucro.
Menos é mais! Quando se aprende essa equação a vida fica menos complicada e muito mais intensa!