Naquele minuto mágico, antes de fechar os olhos, ouço duas vozes sonolentas – quase sem forças – me dizendo:
Bença mamãe!
E como resposta, o que ouvi minha vida inteira: Deus te abençoe, meu filho.
Ouvi isso da boca dos meus pais, dos meus avós e tive a chance de ouvir também da minha bisavó Maria.
Talvez esse tenha sido meu primeiro contato com a oração.
Dizem que pedir a benção é coisa do interior.
Confesso aqui meu orgulho não apenas pelo meu “R” puxado, mas por tantas bençãos recebidas.
Cresci de frente para Igreja, correndo pelos bancos da Matriz de Tupã e vendo a fonte luminosa da pracinha.
Minha adolescência foi em Adamantina, onde fica a única igreja do mundo que tem um galo no lugar da cruz.
Cidades do interior…
Onde ainda se ouve o galo cantar.
Onde filho pede benção para o pai.
Foi no interior que aprendi o poder da oração.
Foi orando que a tia Dalci viu o filho sobreviver a uma infecção.
Foi orando que o Seu Carlos suportou a falência dos negócios.
Orando também o Chico conseguiu o emprego tão sonhado e a Josefa, o marido dos sonhos.
Vi o poder da oração transformar lares,
Abrir caminhos,
Criar oportunidades de vida.
Nunca fui muito de ficar de joelhos, mas reconheço a força que isso tem.
Faço parte de um grupo de mulheres que reza junto, que alcança milagres em preces.
Na minha casa, orar sempre veio no começo e fim dos nossos dias.
Como um agradecimento, uma saudação, um reverenciar à vida.
Dia desses, a Taci – minha amiga doceira – disse que todo coração tem uma oração dentro dele.
Doces palavras.
Talvez por isso, a gente tenha aprendido a fechar os olhos e botar a mão no peito quando quer falar com Deus…
É lá que bate a oração!