Eu estava saindo do supermercado com 3 sacolas na mão, quando ouço meu filho dizer: “Obrigado, Tommy”.
Minha pergunta foi direta:
“Você o conhece?”
E a resposta me paralisou:
“Não, mas está escrito na camisa dele”.
Tommy Hilfiger.
Ao som da minha risada, tentei explicar que o nome e o sobrenome na camisa não eram dele e sim de uma marca.
Por que a gente usa uma camiseta com o nome de outra pessoa?
Excelente pergunta. Juro que minha experiência de mãe não sabe responder.
Antes mesmo de falar sobre o nome de outro estampado no nosso peito, terei que explicar para o meu filho o ser humano.
Terei que explicar o que nem Freud conseguiu.
É preciso muita psicologia para entender o que nos faz comprar um carro que atinge 250km/h, quando a gente só pode andar a no máximo 120.
Terei que explicar o que nos faz usar um salto alto, mesmo sabendo que ele nos dá bolhas nos pés.
Já vi gente alugar carro bonitão para impressionar o cliente.
Já vi gente usar rolex falso para chamar a atenção da futura namorada.
Já vi gente gastar sem limites, todo o limite do cartão de crédito.
E aos poucos a gente vai perdendo a noção.
Compra o que não precisa, compra o que não pode e compra até o que não quer.
Se Freud estivesse aqui eu dividiria com ele essa nossa loucura de querer “parecer ser”.
Diria para ele que eu não quero mais julgar as aparências… muito menos ser julgada por elas.
Há algum tempo, deixei de lado a maquiagem no dia a dia.
Nunca usei relógio. Desde pequena me faço enganar para não ser controlada pelo tempo.
Há 13 anos, também não uso bolsa.
Desse jeito, que tipo de primeira impressão eu vou deixar?
Freud, me ajuda!
O nome dele é Freud mesmo, né? Ou ele criou isso só para impressionar?