“Você nasceu para brilhar!”
Tenho certeza de que foi isso que a mãe falou para o Sol quando ele nasceu.
E sabe o que aconteceu? Ele acreditou.
Tanto que ele é quente pra burro, não tem ninguém vivendo lá, é longe de tudo, é só uma bola de fogo e, mesmo com tudo isso de ruim, o Sol assumiu o papel principal da galáxia.
E não é que ele cresceu e ficou bonitão.
Tão bonito que inspirou várias músicas. Jorge Ben Jor, Ivete Sangalo, Jorge e Matheus, Calcinha Preta… muita gente já cantou o Sol.
Famoso, ele sofre com a falta de privacidade. Todos os dias tem um monte de gente de olho nele, querendo saber para onde ele vai depois do trabalho.
O Sol é discreto. Ninguém sabe o que ele faz a noite.
Se despede e desaparece. Só vai ser visto de novo quando começar a trabalhar, cedinho, no dia seguinte.
E todos os dias ele nos ensina que “a última impressão é a que fica”.
Se não fosse assim, ele não capricharia tanto. Apagaria e já era.
Não, nada disso… ele vai embora devagar… com estilo.
Dá um último mergulho para se refrescar e… até amanhã.
O Sol é modesto, não volta para os aplausos.
Volta, sim, amanhã, como se nada tivesse acontecido.
Hoje ele fez isso de novo. Como todos os dias. E amanhã, vai acordar sem reclamar. No mesmo horário. Vai fazer a mesma coisa, o dia inteiro e vai ser admirado como nunca… como sempre.
Esse texto parece uma viagem… e é.
É para a gente se inspirar nele, no Sol. Para a gente dar um mergulho e voltar amanhã. Com estilo… causando…
Por que? Porque a nossa mãe deve ter falado a mesma coisa que a mãe do Sol falou.
A gente só precisa lembrar e acreditar.