A morte sempre nos pega pela metade. Por mais que você esteja preparado, você nunca está pronto.
Nem para ir, nem para ficar.
Hoje me peguei pensando nisso.
E se eu morrer amanhã?
A primeira coisa que me passa pela cabeça é quem vai fazer o lanche das crianças? E as roupas para lavar, as contas para pagar?
Tem envelope na caixinha de correios que eu ainda nem abri.
Sair de cena, sem dizer tchau, é no mínimo deselegante.
Todos nós deveríamos ter a oportunidade da despedida. Nem que seja para apenas abanar a mão.
Se eu morrer amanhã, quero ter brincado o hoje. O último dia tem que entrar para a história.
Ninguém deveria morrer sem um último dia de glamour… sem o “Grand Finale”.
Imagina passar o seu último dia emburrado, comendo o que não gosta, falando o que não quer, fazendo o que não te deixa feliz?
Imagina passar o seu último dia com vontades não cumpridas?!
Eu não tenho a lista com meu nome e meu último dia.
Mas a partir de agora, vou deixar bem claro para minha agenda – escrito com letras garrafais, tinta vermelha e negrito – que amanhã, seja de qual ano for, pode ser o meu último dia.
E, como lembrete, vou cuidar do meu hoje.
Com licença, agora eu vou ali… rir de mim, de você, de nosso sonhos.
Vou ver o amigo que não vejo há anos, vou soprar o vento, correr do medo…
Vou ali comer uma panqueca de doce de leite.
Brincar de bem me quer, querer quem me quer bem!
E se, por acaso, o acaso me buscar amanhã… peço a ele mais um dia.
Mais um dia para pagar as contas, passar as roupas, limpar a casa.
Mais um dia para fazer as coisas do cotidiano que não tive tempo, pois HOJE eu estava simplesmente vivendo.