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A maior dor de um campeão

by Cesar Gomes

Está chegando a hora de colocar em prática mais um dos meus projetos.
Vou produzir um documentário sobre o “Campeão”.
O campeão, o de verdade, não é o cara que gosta de ganhar.
É o cara que odeia perder.
Ele não suporta a dor da derrota.
Joaquim Cruz é um campeão de verdade.
Na infância, largou o basquete – que adorava – e foi para o atletismo porque os amiguinhos não se incomodavam com a derrota. Sempre falavam que “alguém tem que perder”. Joaquim chorava escondido.
Ele não queria mais depender de ninguém para evitar a derrota. Mudou de esporte, correu sozinho e conquistou o ouro olímpico.

Joaqui Cruz (Camprão) e Cesar Augusto

Já conversei com outros campeões e todos eles tem essa mesma característica. O campeão faz o que for preciso para não perder. Outro que vai estar no meu documentário é o capitão Nalbert. Também conversei com ele sobre o assunto. Nalbert ganhou quando criança, quando jovem e quando adulto. Entrou para o “Hall da Fama” do Volei. Conseguiu tudo isso porque não suportava perder.

Naubert Campeão

Hoje meu filho participou pela primeira vez de um campeonato de tênis.
Estava com a partida na mão, mas foi traído pela falta de experiência. Ele tem só 8 anos e o adversário, além de já ter participado de outros campeonatos, tinha 12.
Meu filho perdeu no tiebreak. No final, vendo a derrota se aproximar, ele brigou com a mãe, brigou comigo, gritou, bateu com a raquete na parede… Vi uma miniatura do John McEnroe por alguns minutos. A partida ainda não tinha acabado e ele já estava chorando. Muito. Doeu a tal da derrota.

arhtur-jogando-tennis

Aí foi a parte mais difícil.
Esperei alguns minutos e fui conversar com ele. Sei o que muita gente pensa: ele precisa aprender a perder. Por isso foi tão difícil. Eu não concordo com isso. Não acho que ninguém tem que aprender a perder. Nem no esporte, nem na vida. Ele não pode falar comigo como falou, ele não pode falar com a mãe como falou, ele não pode ficar tão nervoso antes do jogo acabar… mas ele pode, sim, chorar descontroladamente porque perdeu. Pode – e deve – sofrer com a derrota. Falei que vou chorar com ele caso a derrota, teimosa, resolva aparecer de novo. Prometi que vamos treinar essa semana. Não sei se ele vai continuar jogando tênis ou qualquer outro esporte. Não sei se ele vai disputar algum campeonato importante no futuro. Depois do que vi hoje, tenho a certeza de que, se esse campeonato importante for disputado um dia, ele pode não ganhar, mas, com certeza, não vai perder.
Como? No documentário eu vou buscar essa resposta com os homens que não perdem, os tais “Campeões”.

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