Estou para escrever um texto de ano novo, mas foram tantas resoluções para 2017 que só agora terminei de anotar tudo.
Para o ano prosperar as exigências são cada vez maiores.
Antes mesmo da contagem regressiva, eu já estava tensa.
A pressão foi enorme.
Não é fácil pular 7 ondas – num pé só – equilibrar as uvas na mão esquerda, as romãs na direita, soltar as bexigas com pedidos para o céu, engolir as lentilhas, arrumar a folhinha de louro na gola da camisa e brindar… exatamente à meia noite.
Ainda estou me recuperando das atividades do Réveillon.
Com tanta superstição… esse ano promete.
Me enchi de esperança para saborear o que vem pela frente.
Que seja um prato cheio!
Enquanto eu trabalhava arduamente nas resoluções de ano novo, percebi que minha lista não incluia o pedido de uma vida nova.
Dessa vez, optei pela vida velha.
Não quero muitas mudanças, quero apenas ajustes.
Assim como o iPhone S, que veio com pequenas modificações.
Esse ano eu quero uma “vida S”.
Que em 2017 eu continue com os velhos amigos.
Que eu tome apenas vinhos envelhecidos
Na companhia do meu velho companheiro.
Que os carinhos sejam os mesmos de antigamente
Declarações à moda antiga,
Cafunés como no ano que passou.
Que eu seja tão demodê a ponto de continuar de mãos dadas.
Que minha família mantenha o laço centenário
E minha Fé seja mais madura.
Que eu tenha a saúde de quando era criança
E força da adolescência para tirar os velhos projetos do papel.
Quero mexer no baú das memórias e resgatar tudo de lindo que a velha vida me deu.
Aceito as rugas
As marcas do tempo
E as lições que o passado me ensinou.
Pensando bem, acho que toda a superstição da virada pode ir direto para a minha conta bancária.
Porque quando enferruja, meu amigo, não adianta disfarçar… tem que trocar!