Maria Bonita e Lampião.
Tristão e Isolda.
Sansão e Dalila.
Popeye e Olívia.
A Dama e o Vagabundo.
Esses casais são praticamente uma única pessoa. São Ímpares. Impossível pensar em um… sem o outro.
Ao som de “Eduardo e Mônica”, reflito nos amores eternos que a vida me apresentou.
Vi amores assim.
Por muito mais de meio século, foi meu avô quem escolheu o feijão para minha avó cozinhar.
Delicadeza de um italiano apaixonado.
Meus avós ficaram juntos por quase 65 anos.
Dona Adelina por muito pouco não completou as Bodas de Safira.
Seu Luiz nos deixou antes da festa.
Talvez para não ficar com a última fatia do bolo.
Uma pequena veia estourada fez meu pai passar mais de 3 meses no hospital.
Todas as noites minha mãe estava ao lado dele.
Numa dessas noites frias, vendo o olhar cansado de minha mãe, sugeri chamar uma enfermeira para tomar conta do meu pai.
A resposta foi a maior prova de amor que já vi.
“Eu prometi que estaria com ele na saúde e na doença”.
E dona Maria Olinda cumpriu a promessa. Ficou lá, nos 105 dias de hospital.
Se foram perfeitos? Claro que não… porque o verdadeiro amor é aceitar as imperfeições.
Amores imperfeitos, que vão além do “enquanto dure”.
Amor desse cresce primeiro e, como diria o poeta Guimarães Rosa, brota é depois.
Tenho certeza que o Cravo jamais deixou de amar a Rosa por conta dos espinhos.