Minha mulher não tem paciência.
Isso é bom.
Aprendi, nos últimos anos, que a casa só anda com a falta de paciência.
O jantar, por exemplo, não espera.
O mundo precisa acelerar caso queira a comida quentinha.
O que eu quero dizer com isso?
Olha só, hoje eu estava trocando o pneu do carro quando ela, a Lu, abriu uma fresta da porta e perguntou:
‘Vai demorar?”
Essa pergunta é o resumo de:
“A comida está na mesa, estamos todos esperando… Faça acontecer!”
A troca de pneu foi mais rápida do que um “pit stop” da Ferrari.
E o jantar estava delicioso.
Essa mesma pessoa que, como eu disse e reforço, não tem paciência, a Lu, fez aniversário e ficou até as 3 da manhã respondendo as mensagens que recebeu.
Ela respondeu uma a uma das mais de 600 mensagens.
Comentei sobre ser inexplicável a “paciência” que ela tem para fazer isso.
Tive mais uma lição de vida daquelas que a pessoa dá e nem percebe.
Ela me disse que não custava nada retribuir o carinho.
As pessoas escreveram para ela e ela só estava respondendo.
Ali eu percebi que não era uma questão de paciência. Isso é consideração.
No caso da consideração, o carinho não esfria.
Paciência e consideração são coisas tão diferentes que se transformam em quase iguais. Dá para confundir um com o outro.
Com a paciência você aprende. Com a falta de paciência… você aprende mais rápido.
Com a consideração você ensina.
A paciência você pode ter ou não. A consideração é obrigatória.