Celebrar pequenos progressos é fundamental para o processo de mudança, seja ela qual for.
Eu me lembro que quando eu era criança a gente viajava de carro de Tupã, no interior de São Paulo, para Barra do Bugres, no Mato Grosso. Era uma viagem sem fim.
Bastava entrar na Caravan marrom e eu lançava a pergunta que iria nos acompanhar a viagem inteira: “Pai, tá chegando?”
Era assim a cada quilômetro da viagem… e olha que eram mais de 1300km. “Pai, e agora?”
Para passar o tempo, a gente brincava de contar os carros.
Cada um escolhia uma cor e a competição da família durava horas.
A estrada era sinuosa, muitos trechos de terra batida.
Meu pai estabelecia a meta e a cada 100 km a gente comemorava.
De 100 em 100, de repente a gente chegava.
Minha maior alegria era correr para abrir a porteira.
Assim é na vida. A viagem pode ser longa, o destino pode parecer distante, o percurso sinuoso… mas uma hora a gente chega.
Inconscientemente, pequenos impulsos no caminho não nos deixam desistir.
Comemorar a cada 100km talvez seja o segredo para abrir as porteiras na nossa vida.
A gente não se dá conta disso, mas no dia-a-dia esquece de celebrar as pequenas conquistas.
A gente deixa de comemorar os 2 quilos que perdeu, pois o objetivo era emagrecer 8. Deixa de comemorar a promoção de subgerente, porque queria ser o chefe do setor. E sem perceber, a gente simplesmente deixa de vibrar com as pequenas vitórias.
Nosso psicológico precisa desse impulso, desse empurrão.
Só assim se chega ao destino.
Quando a gente é criança festeja cada passo conquistado, por menor que ele seja.
E, rapidamente, a gente aprende a andar, falar, comer sozinho… tudo em menos de 3 anos.
Nunca nos culpamos pelos tombos, pelos pedaços de brócolis que caíram no chão, pelos “Ls” no lugar do “Rs”.
Nós apenas fomos aplaudidos em cada pequena vitória.
Quanto falta? Vai demorar? Tá chegando? Não sei, mas eu prometo comemorar os próximos 100km.