Temos todo o tempo do mundo… e não dá tempo.
Não interessa o seu ritmo, não interessa o que você faz… não dá tempo.
Ganhei um forte argumento dessa minha teoria com a chegada do novo Coronavírus. Todos se trancaram em casa por conta dele. Pronto, agora temos mais tempo. Não vamos ficar presos no trânsito por horas, o amigo da mesa ao lado não vai chamar para um cafezinho, a academia está fechada… é levantar da cama e produzir.
E, adivinha!!! Não dá tempo.
É esse o meu sentimento.
Nem tenho tanta coisa assim para fazer, fora o que já vinha fazendo em “dias normais”, mas passo o dia com a impressão de que não vai dar tempo. A gente sempre precisa do amanhã para acabar o nada que a gente não deu conta de fazer hoje.
A gaveta continua bagunçada, a lâmpada continua queimada…
Minha teoria é que somos dependentes do amanhã.
E isso faz com que o nosso hoje seja uma sala de espera onde você passa 24 horas. Quantas vezes aprendemos que temos que viver o hoje? Quantas vezes repetimos que “precisamos viver como se fosse o último dia das nossas vidas”?
Podemos até fazer isso, desde que conformados de que alguma coisa importante vai ficar para trás.
E não adianta ter disciplina, não adianta ter agenda, não adianta delegar… no fim, não dá tempo.
Essa dependência só piora. Quer ver só? Não estamos preocupados com o último dia da reclusão provocada pelo novo Coronavírus, mas com “dia seguinte do fim”. Como vai ficar a economia, os empregos, o comércio?
É uma loucura isso.
A corrida não acaba. Nunca!
Nem com a morte.
Ou você nunca pensou na vida depois disso? Já não planejou encontros com pessoas que nos esperam lá do outro lado? Já chegaremos ao Paraíso cheios de compromissos.
Mas isso é coisa pra pensar amanhã. O hoje já é quase ontem… e ficou pra trás.