Por que será que notícia ruim chama tanto a atenção?
E isso, acredite, vale para todo mundo, em todo os setores.
Comecei a pensar no assunto essa semana, quando meu filho chegou da escola.
Todos os dias pergunto como foi a aula e a resposta é completa, para os padrões infantis:
Bem!
Pronto, acabou essa parte da conversa, partimos para outros assuntos.
Outro dia ele chegou e fiz a mesma pergunta. A resposta teve o mesmo padrão em relação ao tamanho, mas…
Mal!
Resumindo, porque todos vão querer saber o que de ruim aconteceu, depois de uma incontável série de A’s, ele tirou um C.
Curio…cidades
Não há nenhuma palavra no dicionário que seja mais cafona do que a própria. E eu adoro ser cafona de vez em quando… ou sempre.
Gosto das coisas que não ornam, como diria a minha avó. O texto pode parecer fora de moda, meio démodê para hoje em dia, mas eu arrisco uns rabiscos mesmo assim. Hoje vou falar de amor, do que combina, do que completa.
Vou falar de gente que tem o dom de transformar a vida de outra gente, de muita gente.
Sim, acertou se você pensou no César. É, o César, bugrino, meu marido, companheiro até nas brigas. Sim, hoje o dia é dele, para ele e por ele.
Hoje fui ao barbeiro.
De repente, do nada, surge a pergunta:
Que shampoo você usa?
Sou tão ligado nisso que, para contar essa história, tive que procurar no Google o jeito certo de escrever shampoo. Sei, claro, que tem mais do que uma marca, mas achei que isso era só na linha feminina do produto.
Falei que não tinha ideia e, na hora, nem lembrava da cor da embalagem.
Como podemos, em tão pouco tempo, depender tanto da “nuvem”? Ela não existia em um passado recente. Chegou e se apresentou como nova guardiã da nossa vida. Tudo o que você tem, o que você sabe, o que você pensa… vai para a nuvem e fica lá.
Eu, particularmente, sofro com isso. Não com a dependência, mas com o meu céu particular.
Seria bom olhar para o computador e ver, na tela, uma única nuvem.
O que eu vejo no meu não é entendido nem pelo melhor dos meteorologistas tecnológicos do mundo. São muitas nuvens. Tanta nuvem que não daria para ver o Sol, caso ele também morasse no meu computador. Está tudo completamente nublado.
Acho que eu nasci em um dia de chuva. Minha relação com ela é de sempre e para sempre. Uma herança. Meu pai gostava de chuva… me deixava lambuzar os pés na enxurrada. Talvez por isso sempre me recusei a usar um guarda-chuva.
Gosto do cheiro e do toque da chuva.
Está chegando a hora de colocar em prática mais um dos meus projetos.
Vou produzir um documentário sobre o “Campeão”.
O campeão, o de verdade, não é o cara que gosta de ganhar.
É o cara que odeia perder.
Ele não suporta a dor da derrota.
Joaquim Cruz é um campeão de verdade.
Na infância, largou o basquete – que adorava – e foi para o atletismo porque os amiguinhos não se incomodavam com a derrota. Sempre falavam que “alguém tem que perder”. Joaquim chorava escondido.
Ele não queria mais depender de ninguém para evitar a derrota. Mudou de esporte, correu sozinho e conquistou o ouro olímpico.
A Dona Carmela era italiana. Veio de Nápoli.
A senhorinha, de voz mansa e andar tranquilo, foi minha vizinha durante 6 anos.
No jardim dela brotavam as flores mais bonitas que eu já vi.
O jardim era tão bonito, mas tão bonito, que as bromélias floresciam ainda no inverno, antes mesmo da primavera dar a cara.
Tudo o que a Dona Carmela plantava, crescia.
