Hoje me deu saudade.
Daquela que deixa um furo no peito, uma secura na boca, um cisco nos olhos.
Saudade do que foi e do que ainda nem veio.
Um sentimento completo, apesar do vazio que traz.
Curio…cidades
Hoje o Facebook já me arrancou um sorriso logo cedo.
Abri e lá estava uma foto do Orlando na formatura da filha dele, a Alexandra (Alex).
Por que sorri?
Porque o Orlando é um cara especial.
Nos conhecemos há 13 anos e, desde então, ele não faz aniversário.
É isso mesmo, ele não fica mais velho. Chegou a uma idade e parou.
Tem a mesma energia, a mesma aparência, de tempos atrás.
Tudo igual.
Minha filha amarrou no pulso uma fitinha do Nosso Senhor do Bonfim.
Ela não tinha ideia do que era, mas ficou feliz quando descobriu que faria 3 pedidos e seria atendida. Explicamos que poderia pedir qualquer coisa. Poderia imaginar a maior das loucuras, o que ela quisesse do fundo do coração… e pedir.
Quando aquela fitinha ficar velha e arrebentar, o pedido será realizado.
Simples assim.
Ela fechou os olhos, se concentrou, pensou em milhões de coisas… e pediu.
João, Maria, José, Abreu… ser chamado pelo próprio nome de tão simples é complicado.
Às vezes dá branco. Você encontra aquela pessoa na rua… e nada de lembrar o nome.
A gente tenta disfarçar, envia o sorrisinho amarelo e lança a velha desculpa: “Sou péssimo para nomes”.
Péssimo para lembrar o nome dos outros, mas deixa alguém esquecer o seu.
É sempre assim. A gente chama o cara de fulano, de tiozinho… lembrar que é bom, nada.
A vida é tão corrida que às vezes tenho dificuldade em me lembrar do que aconteceu ontem.
Não sei se minha memória está fraca ou se o meu esquecimento é sinal do tempos.
A gente faz, faz, faz… e no outro dia a gente esquece, o amigo esquece, o chefe esquece…
Nosso feito, com o efeito do tempo, passa. É substituído.
O ídolo de ontem nem de longe parece o de hoje.
Não deveria ser assim.
Existe, sim, um ser superior.
Um ser que cuida de nossas vidas. Por toda nossa vida.
Iluminado.
Um ser mais forte do que qualquer um de nós.
Quando enfrentamos alguma dificuldade é a ele que recorremos.
Fechamos os olhos e pedimos ajuda.
Não interessa o grau dessa dificuldade. Se pedirmos “de verdade”, tudo será resolvido.
Isso que estou dizendo independe da nossa crença.
Tenho um amigo, ateu, que faz isso sempre.
Da mesma maneira que eu faço, que você faz… que todos nós fazemos.
Você vai precisar de tempo para curtir esse texto.
Se não tem tempo, aí é que precisa ler mesmo.
O tempo nos consome diariamente.
Ele é tão cruel, que nos deixa sem tempo.
É isso, o tempo acelera só para se divertir vendo o nosso desespero tentando alcançá-lo.
E, fato, não alcançamos.
Quanto mais corremos, mais ele se distancia.
Eu estava saindo do supermercado com 3 sacolas na mão, quando ouço meu filho dizer: “Obrigado, Tommy”.
Minha pergunta foi direta:
“Você o conhece?”
E a resposta me paralisou:
“Não, mas está escrito na camisa dele”.
Tommy Hilfiger.
Ao som da minha risada, tentei explicar que o nome e o sobrenome na camisa não eram dele e sim de uma marca.
Se eu fosse criança nos dias de hoje, minha mãe seria acusada de maus tratos.
Não estou falando de chineladas no bumbum – que foram várias – estou apenas me lembrando do quanto ingeri de xarope de frutose.
Acho que o ingrediente principal da minha infância foi o açúcar.
Tudo era na base do doce.
Dia desses fomos dormir tarde aqui em casa.
A discussão pegou fogo entre os amigos.
Qual o “item”, digamos assim, mais importante da vida?
Entre dinheiro, esperança, coragem, amor… a saúde liderava por pontos.
Liderava até eu levantar meu dedinho torto e apontar: a Fé.
Uma sílaba foi capaz de mudar a expressão no rosto dos meus amigos.
Ninguém botava fé que eu estava dizendo aquilo.
Foram olhares diferentes de todos os lados.
Como assim, a fé?